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      17/04/2020 | Bitcoin - criptomoeda

      Halving não deve impactar nos resultados dos mineradores

      *Bernardo Schucman

      Além da pandemia do novo coronavírus e o forte impacto dessa crise sanitária, em primeiro lugar, na saúde das pessoas pelo mundo, e, de forma secundária, na economia dos países, a comunidade envolvida no mercado de criptomoedas está na iminência de outra grande e importante evento: o halving do bitcoin, que deve acontecer em meados de maio. A partir disso, a principal moeda digital nunca mais será a mesma.

      O halving vai reduzir pela metade o volume diário de novos bitcoins, um fortíssimo choque de oferta para um mercado que vive já tempos de alta demanda. E isso pode impactar na vida de quem tem o bitcoin como reserva de mercado, no caso dos investidores, e para quem faz da criptomoeda um ativo no lugar das moedas tradicionais.

      A mineração de bitcoin é atividade originária dessa indústria e nós, mineradores, fazemos o papel de Casa da Moeda dos criptoativos. Ao contrário de imprimir o dinheiro, nossa "produção" é realizada a partir de computadores especializados, que realizam cálculos matemáticos de alta complexidade, rapidamente. Hoje no mundo estima-se que 3,9 milhões de máquinas estão em rede fazendo esse processo. A cada dez minutos, um novo problema é lançado nessa rede e o vencedor leva um lote inteiro com 12,5 bitcoins. São 1,8 mil novos bitcoins por dia.

      É aí que entra o halving, uma regra do algoritmo do bitcoin que determina a redução, pela metade, do número de novas moedas produzidas pelos mineradores. Isso acontece a cada 210 mil blocos de informações adicionados à cadeia, o que leva cerca de 4 anos para acontecer. Lá para meados de maio, os 12,5 bitcoins por bloco será reduzido para 6,25 - 900 bitcoins por dia.

      Em teoria, esse fenômeno afeta a mineração de bitcoin, já que a produção é reduzida e, com consequência, a bonificação também. Mas, na prática, isso não aconteceu nas últimas vezes que o evento ocorreu. O choque na oferta tradicionalmente impacta em forte valorização do bitcoin, o que tem trazido ganhos para a indústria. Portanto, nesse momento, como não sabemos o preço que será praticado o bitcoin pós-halving, não podemos afirmar se ele também afetará os mineradores financeiramente.

      Seja como for, o sucesso da produção de criptomoedas depende dos processos e da eficiência de um todo. Mineradores experientes, que tenham uma alta taxa de eficiência no processo, vão continuar performando e obtendo lucro.

      O importante, aqui, é dizer que com esse halving e os próximos que virão, é impossível acabar a mineração de bitcoin. Sem ela a criptomoeda não existe, pois a mineração não é só a maneira de emissão do ativo, ela é o processo de validação e gravação da informação do bloco.

      Bernardo Schucman é CEO da FastBlock, uma das maiores empresas do mundo em administração e consultoria de blockchain e distribuidora oficial da Bitmain.



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