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      20/03/2013 | Dia Mundial da Água - 22 de Março

      Dia Mundial da Água deve ser de reflexão, aponta especialista da Sanasa

      Disponibilidade das bacias PCJ na estiagem é muito abaixo do volume recomendado pela ONU
       

      No Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, um dado alarmante sobre as bacias formadas pelos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) estimula uma reflexão e lança um desafio: promover o desenvolvimento de maneira sustentável, administrando a escassez hídrica.

      De acordo com o representante da Sanasa junto ao Comitê e Consórcio PCJ, Paulo Tínel, a disponibilidade das bacias PCJ na época de estiagem é de 408m3 por habitante/ano, número muito abaixo do recomendado pela ONU, que é de 1,5 mil m3 por habitante/ano.

      Em São Paulo, a quantidade é de apenas 250m3 por habitante/ano. “São disponibilidades inferiores aos valores do Oriente Médio cuja disponibilidade anual é da ordem de 450m3/ano”, compara.

      Para se ter uma ideia da gravidade do comprometimento qualiquantitativo dos rios que abastecem a Região de Campinas, Tínel cita como exemplo o Rio Capivari, que passa ao lado do Aeroporto de Viracopos e do Distrito Industrial.

      “Já não oferece disponibilidade hídrica para implantação de empreendimentos na nossa região, agravando-se no período de estiagem, quando a sua vazão é reduzida em mais de 60%”, relata.

      “A região de Campinas, se não tomarmos cuidado, vai parar de crescer por falta de disponibilidade hídrica. Para ilustrarmos a gravidade da situação citamos o exemplo da Indústria automobilística Toyota que só não implantou a sua segunda unidade fabril em Indaiatuba por não ter água suficiente”, alerta.

       

      Balanço hídrico

       

      Projeções do Plano das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí de 2010 a 2020 indicam para o Rio Atibaia em 2014 uma vazão disponível de 8,54 m³/s e apontam um volume de captação de 10,78m³/s em 2014, aumentando para 11,21m³/s em 2020. A projeção de lançamento de esgoto para o próximo ano é de 6,41m³/s e de 7,02m³/s para 2020. Com isso, o saldo final ficaria em 4,16m³/s (2014) e 4,35m³/s (2020).

      Com relação ao Rio Capivari, com vazão disponível de 2,38m³/s, a tendência para 2014 é de que o volume de captação seja de 3,73m³/s, aumentando para 3,96m³/s em 2020, com uma quantidade de esgoto lançada de 2,83m³/s (2014) e 3,06m³/s (2020). O saldo final para os dois anos projetados é o mesmo: 1,48m³/s.

      “Se não houvesse o lançamento de esgotos e águas pluviais nos rios, o balanço não fecharia, portanto não haveria água suficiente, daí vem a necessidade do tratamento dos esgotos em nível secundário ou terciário, implantação das politicas de reuso de água e da implementação dos programas de controle de perdas na bacia”, conclui.

       

      Políticas públicas


      Para Tínel, o desenvolvimento sustentável só é possível a partir da aceleração de políticas públicas com a participação de todos os segmentos da sociedade, tais como regulamentar e incentivar a prática do reúso das águas para fins menos nobres que o consumo humano e promover o uso racional das águas.

      É preciso ainda estimular e promover o combate às perdas de água, promover o tratamento dos esgotos domésticos e efluentes industriais por meio de processos eficientes e estimular a preservação de nascentes e pequenos ribeirões por contribuírem de forma significativa com os nossos mananciais.

      Tínel diz ainda que a sociedade deve acompanhar e participar da renovação da outorga do Sistema Cantareira. “É através dela que poderemos garantir os volumes e vazões adequadas ao crescimento de nossa região”, aconselha o representante da Sanasa junto ao Comitê e Consórcio PCJ.

      A outorga do Sistema Cantareira, que contribui de forma decisiva para garantir o abastecimento de 5 milhões de habitantes nas bacias PCJ e outros de outros 9 milhões da Grande São Paulo, embora vença somente em 2014, deve ter as discussões antecipadas para que se possa estudar e avaliar as necessidades das duas regiões. A primeira reunião com o objetivo de antecipar as discussões da Renovação da Outorga do Sistema Cantareira foi realizada no início de fevereiro envolvendo a Sanasa, a Secretaria Municipal do Verde e do Desenvolvimento Sustentável e a Agência Nacional das Águas (ANA).



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