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      07/07/2014 | ABAL - 178 anos de Carlos Gomes

      Recital relembra 178 anos de Carlos Gomes

      Na próxima sexta-feira, dia 11/07, às 20 horas, no auditório da ACI (rua Barreto Leme, 1479, centro, tel. 3234-2591), a ABAL Campinas apresenta um recital resgatando modinhas e árias de ópera criadas por Carlos Gomes. Nessa data, no ano de 1836, na família de Manoel José Gomes (Maneco Músico) e Fabiana Jaguary Gomes nascia o genial compositor operístico Antonio Carlos Gomes, predestinado a fazer história no mundo da música. Os 178 anos do Maestro receberá homenagem através dos cantores líricos: sopranos - Laura Duarte, Regina Márcia Moura Tavares, Luciana Vieira, Karen Stephanie e Tatiana Beffa; do tenor João Gabriel Bertolini e do barítono Marcelo Santos. Constam do programa as canções de Carlos Gomes: Mon Bonheur (Julia Cesarine), Lisa, me vos tu bem? (Carlos Gomes), Giulietta mia (A. Ghislanzoni), Tu m’ami (F. Giganti), Dolce rimprovero (E. Ducati), Conselhos (“Dr. Velho Experiente”), com a participação especial de Marcelo Santos ao violão; Aurora e Tramonto (M. M. Marcello), A Noite do Castelo – Recitativo: Oh! Desditoso pai!! –  Aria : E tu, Fernando, que adoptei por filho – Cavatina: Talvez... em torno do castelo; Canta ancor (Victor Hugo), Salvator Rosa – Mia piccirella, Suspiro d’alma e Il Guarany – C’era una volta un principe (Ballata de Ceci).

      Em interessante coincidência, na data de 11 de julho também se recorda a morte do grande poeta campineiro Guilherme de Almeida, ocorrida em 1969. Guilherme foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1930 e, em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros", reconhecimento obtido após Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Para homenagear ao poeta, o mezzosoprano Vera Pessagno Bréscia e o tenor Alcides Acosta apresentarão quatro canções criadas pelos compositores J. Vieira Brandão, Juca Chaves, Villa-Lobos e Spartaco Rossi tomando como texto poesias de Guilherme de Almeida.

      Todo o programa será acompanhado ao piano pelo diretor artístico da ABAL, Chiquinho Costa.

      Carlos Gomes, o maior dos Campineiros do Século 19

      Antonio Carlos Gomes aprendeu música com seu pai, Manoel José Gomes, que era professor de piano, canto, órgão e violino na Vila de São Carlos, e por sua intensa ligação com o ofício conquistou a alcunha de Maneco Músico. Carlos Gomes, por sua vez, desde menino era tratado de Tonico de Campinas e revelou cedo sua vocação musical. Entrou para a banda do pai, onde também tocava seu irmão de sangue, José Pedro de Sant’Anna Gomes. Aos 11 anos empreendeu os estudos regulares de música, logo após terminar o curso básico. Iniciou-se nas habilidades instrumentais pela clarineta, logo mudando para o piano e o violino. Quanto ao piano, logo em 1848 deu récitas nas quais incluiu as suas primeiras criações musicais. Três anos mais tarde, em conjunto com o irmão, apresentou outras obras, ainda pensadas para alimentar o lazer de salão da época (modinhas, valsas, mazurcas). Incentivado por amigos estudantes que fez na Capital de São Paulo, Carlos Gomes foge para o Rio de Janeiro sem a permissão do pai. Depois, aflito e cheio de remorsos escreve-lhe uma carta. O pai concede o perdão e lhe comunica que remeterá 30 mil réis por mês para que se mantenha.

      No Rio, Carlos Gomes conhece a Condessa do Barral, admiradora de suas canções e esta o apresenta ao Imperador, D. Pedro II. Graças ao apoio do soberano matricula-se no conservatório de Francisco Manuel e, no fim do ano, executa uma cantata que compôs para o encerramento do curso. No ano seguinte, encena sua primeira ópera, A Noite do Castelo, e consegue grande sucesso. Dois anos mais tarde, apresenta a ópera Joana de Flandres, e triunfa novamente. D. Pedro II entusiasmado com o jovem maestro manda-o para a Europa. No Conservatório de Milão, aluno de Lauro Rossi, diploma-se como Maestro Compositor aos 30 anos de idade. Carlos Gomes consagra-se na Itália com a ópera Il Guarany, estreada no maior teatro lírico do mundo, o Alla Scala, e escuta palavras de admiração do renomado compositor italiano Giuseppe Verdi. Após o sucesso, casa-se com a pianista italiana, Adelina de Conte Peri, com quem teve cinco filhos.

      Il Guarany lhe rende pouco: as 3 mil liras pagas pela Casa Editora Lucca, para ser dona de todos os seus direitos autorais, não são suficientes para atender às suas necessidades. É neste período que sua carreira ganha impulso compondo Fosca (1873), Salvador Rosa (1874), Maria Tudor (1879). Com problemas de saúde volta ao Brasil para a estreia de O Escravo (1889). O Teatro Alla Scala encomenda ao maestro uma nova ópera. Prepara O Condor que não é compreendida pelo público e pela crítica. Em 1892, compõe Colombo, poema sinfônico retratando o descobrimento da América. Já bastante enfermo, é convidado pelo governo do Pará para ser o diretor do Conservatório de Belém. Carlos Gomes regressa ao Brasil, trabalha durante um ano e vem a falecer em 16 de setembro de 1896, aos 60 anos. Desde sua chegada ao Rio de Janeiro até o final de sua atribulada carreira que, em vida, lhe permitiu conhecer a glória mas não lhe poupou de graves decepções, Carlos Gomes foi uma personalidade artística de destaque, dentro e fora do Brasil. Fez de sua música a razão maior de sua vida e por ela, tudo sacrificou e tudo ousou.

       Entrada franca.





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