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      12/07/2010 | Recital com obras Carlos Gomes

      Recital da ABAL-Campinas homenageia 174 anos de Carlos Gomes

       

      Todos os anos o dia 11 de julho nos lembra que o maestro Antonio Carlos Gomes nasceu nessa data, em 1836. E também anualmente, a ABAL Campinas organiza e apresenta um recital com obras de Carlos Gomes, renovando essa homenagem desde sua fundação há 28 anos. Na próxima quinta-feira, 15 de julho, às 20 horas, no auditório do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), localizado na rua Bernardino de Campos,  989, Centro, tel. 3231-2567, acontece essa programação musical, com a participação do pianista Carlos Wiik e dos cantores João de Braz, tenor e Pergy Grassi, soprano, ambos de S. Paulo, que integram o elenco da ABAL Campinas e figuram como convidados. Há ainda a presença dos artistas líricos locais, tenores Nunno Dellalio, Vicente Montero, André Minutti, Alcides Acosta; o soprano Marina Gabetta, o mezzo Vera Pessagno Bréscia, e os barítonos José Luiz Águedo-Silva e Nelson Nicola Dimarzio. Serão ouvidas canções como Lontana, Pensa, Addio, Rondinella, Tu m’ ami, Notturno, Aurora e Tramonto, Anália Ingrata, entre outras, e árias das óperas Il Guarany, Lo Schiavo e Colombo. Entrada franca.

       

      Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, na época apenas Vila de São Carlos. Seu pai, Manoel José Gomes, professor de piano, canto, órgão e violino na vila, tinha o apelido de Maneco Músico. Carlos Gomes, por sua vez, desde menino era tratado de Tonico de Campinas e cedo revelou sua vocação musical. Entrou para a banda  regida por seu pai, onde também tocava seu irmão de sangue, José Pedro de Sant’Anna Gomes.

       

      Aos 11 anos começou os estudos regulares de música, logo após terminar o curso básico. Iniciou-se nas habilidades instrumentais pela clarineta, logo mudando para o piano e o violino. Quanto ao piano, logo em 1848 deu récitas nas quais incluiu as suas primeiras criações musicais. Três anos mais tarde, em conjunto com o irmão, apresentou outras obras, ainda pensadas para alimentar o lazer de salão da época (modinhas, valsas, mazurcas). Incentivado por amigos estudantes que fez na Capital de São Paulo, Carlos Gomes foge para o Rio de Janeiro sem a permissão do pai, a quem tanto admirava. Aflito e com forte remorso escreve-lhe uma carta. Recebe uma resposta severa, mas o pai concede o perdão e lhe comunica que lhe remeterá 30 mil réis por mês.

       

      No Rio, Carlos Gomes conhece a Condessa do Barral, admiradora de suas canções e esta o apresenta ao Imperador, D. Pedro II. Graças ao apoio do soberano matricula-se no conservatório de Francisco Manuel e, no fim do ano, executa uma cantata que compôs para o encerramento do curso. No ano seguinte, encena sua primeira ópera, A Noite do Castelo, e consegue grande sucesso. Dois anos mais tarde, apresenta a ópera Joana de Flandres, e triunfa novamente. D. Pedro II entusiasmado com o jovem maestro manda-o para a Europa. No Conservatório de Milão, aluno de Lauro Rossi, diploma-se como Maestro Compositor aos 30 anos de idade. Carlos Gomes consagra-se na Itália com a ópera Il Guarany, estreada no maior teatro lírico do mundo, o Alla Scala, e escuta palavras de admiração do renomado compositor italiano Giuseppe Verdi. Após o sucesso, casa-se com a pianista italiana, Adelina de Conte Peri, com quem teve cinco filhos.

       

      Il Guarany lhe rende pouco: as 3 mil liras pagas pela Casa Editora Lucca, para ser dona de todos os seus direitos autorais, não são suficientes para atender às suas necessidades. É neste período que sua carreira ganha impulso compondo Fosca (1873), Salvador Rosa (1874), Maria Tudor (1879). Com problemas de saúde volta ao Brasil para a estréia de O Escravo (1889). O Teatro Alla Scala encomenda ao maestro uma nova ópera. Prepara O Condor que não  é compreendida pelo público e pela crítica. Em 1892, compõe Colombo, poema sinfônico retratando o descobrimento da América. Já bastante enfermo, é convidado pelo governo do Pará para ser o diretor do Conservatório de Belém. Carlos Gomes regressa ao Brasil, trabalha durante um ano e vem a falecer em 16 de setembro de 1896, aos 60 anos.

       
      Alcides Acosta



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