• Guia do Arquiteto

      10/06/2013 | O pé direito na arquitetura

      O pé direito na arquitetura, assinado pelo arquiteto Aquiles Nícolas Kílaris

      O pé direito - termo que define a altura entre o piso e o teto – é um grande aliado nos projetos arquitetônicos e pode ser um elemento transformador no resultado estético e funcional de uma casa, no que diz respeito à amplitude, luminosidade e circulação de ar.

      Tecnicamente, o pé direito tem como medida padrão a altura de 2,5 metros a 2,8 metros. Entre 3 metros e 4,5 metros de altura, ele é considerado alto. A partir de 5 metros, leva o nome de duplo, e quando a medida chega à marca de 8,4 metros, ele é considerado triplo. O pé direito duplo pode ser empregado tanto em casas como apartamentos e áreas comerciais.

      Nos projetos que assino, é muito comum utilizarmos o pé direito duplo. Ele possibilita a criação de grandes vãos livres na parte térrea e mezaninos na parte superior da residência. Estes mezaninos ajudam a criar uma melhor circulação na área íntima dos quartos. Já os vãos livres proporcionam a integração dos ambientes e aumentam a sensação de amplitude dos espaços, deixando o projeto belo e agradável.

      Além disso, o emprego do pé direito duplo permite a utilização de grandes janelas e cruzamento de ar. Estas duas características vêm de encontro às necessidades de adequar os projetos aos conceitos atuais de sustentabilidade, tão presentes nos dias de hoje. Quanto mais luminosidade natural e circulação de ar, menos utilização de energia elétrica com luzes artificiais e uso de ar condicionado.

      No que diz respeito ao apelo estético, é importante lembrar que nos projetos com estas características é possível usar nos espaços livres, as  telas, objetos de arte, pedras, revestimento 3D (fotos ou materiais com volumetria), tecido e até mesmo papel de parede. Estes materiais proporcionam aconchego e sofisticação aos ambientes e imprimem uma identidade e personalidade ao projeto.

      Em casos de terreno com grande desnível, a criação de soluções para acomodar o projeto à topografia também pode gerar a necessidade de um pé direito duplo, com resultado surpreendente. Em um de nossos projetos com esta característica, subimos o nível do imóvel em relação à rua e criamos o pé direito duplo. Com isso, os ambientes foram distribuídos em cinco patamares diferentes e no coração da casa, uma escada central ficou responsável por esta distribuição, marcada com meio pé direito a cada um dos níveis.

      É importante lembrar que, ao utilizar este elemento arquitetônico devemos respeitar a proporção entre o tamanho do ambiente com a altura do pé direito.  A utilização de áreas de proteção, conhecidas como guarda-corpo, é necessária para a segurança do imóvel e para a composição do projeto de interiores. O guarda-corpo pode ser de inox, madeira ou vidro e normalmente acompanha o material e o desenho do corrimão da escada.

      O projeto luminotécnico para as áreas com pé direito duplo também deve ser bastante estudado. Desta forma, no período da noite, a iluminação será adequada para este espaço com altura diferenciada. O gesso trabalhado no teto e as sancas iluminadas são um diferencial nestes casos. Lustres com pendente são uma boa opção, pois além de ajudar na iluminação, trazem beleza e requinte ao espaço. Com todos estes cuidados, o resultado final do trabalho será perfeito.





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